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Advent compra metade do Terminal de Contêineres de Paranaguá

De olho no setor há seis anos, fundo de private equity desembolsa US$ 500 milhões pelo negócio, que foi disputado pelos grupos Libra, Santos Brasil e Brookfield

13 de janeiro de 2011
Patrícia Cançado, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – O fundo Advent vai anunciar na sexta-feira, 14, a compra de 50% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), o terceiro maior do País e que desde 1998 tem concessão para operar no porto paranaense. Segundo o Estado apurou, o fundo pagou US$ 500 milhões para entrar no negócio, que também era disputado por Libra e Santos Brasil, que já atuam no setor, e pela canadense Brookfield.

“Estamos olhando o setor há pelo menos seis anos. Existem muito poucos ativos. Vimos várias oportunidades em portos privados, começando do zero, mas achamos que o risco era alto. Neste caso, é uma concessão pública, que já funciona”, afirma Patrice Etlin, presidente da Advent. A compra do TCP foi o maior negócio já feito pelo fundo no País. O valor do negócio não foi divulgado pelas partes.

Os sócios atuais do terminal continuarão na empresa. Por trás da TCP, estão três grupos locais – Pattac, TUC, Soifer, que atuam na área de construção e de shopping centers – e dois espanhóis, TCB e Galigrain.

Há um ano, os empresários pediram ao banco Santander para encontrar um parceiro para o terminal, que crescia a passos largos. Criado em 1998, o TCP é o único terminal de contêineres do porto de Paranaguá, movimenta um terço da carga, responde por 50% do faturamento e 40% da mão de obra que trabalha no local. O porto é o segundo maior do País, atrás apenas do de Santos.

A Advent entra na companhia no momento em que o setor mostra-se mais atrativo. Os portos são um dos principais gargalos de infraestrutura no País. O TCP passará por uma forte fase de expansão, programada para os próximos 18 meses, quando o terminal vai dobrar sua capacidade, passando de 675 mil TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) para 1,2 milhão por ano. “Neste setor, ninguém discute demanda. O que se discute é a estrutura regulatória”, diz Luiz Alves, diretor-geral da Advent. “A gente entra para acelerar o crescimento, mudar a governança e expandir os serviços atuais.” Durante o ano de 2010, enquanto o negócio era discutido entre as partes, a Advent ajudou a elaborar o projeto de expansão do terminal.

Hoje, o TCP só cuida dos serviços da porta do terminal para dentro. A ideia, agora, é integrar a cadeia, passando a atuar desde a retirada da mercadoria até o embarque nos navios, trabalho que é feito por empresas de armazenagem e transporte, segundo o diretor-superintendente da companhia, Juarez Moraes e Silva. “Nessa área, há planos de começar empresas do zero, mas também de fazer aquisições”, diz Moraes e Silva.

Segundo a Advent, o mercado de contêineres no Brasil cresceu acima de 10% ao ano nos últimos 12 anos e deve continuar crescendo nos próximos anos, com o aumento das importações e exportações do País.

O setor de infraestrutura já é conhecido da Advent na região. O fundo é um dos maiores operadores de aeroportos da América Latina. Por meio de empresas que controla, administra um terminal no Aeroporto Internacional da Cidade do México e seis aeroportos na República Dominicana. No Brasil, a Advent tem participação em empresas como a Kroton (de ensino superior), a International Meal Company, dona dos restaurantes Viena e Frango Assado, e as Lojas Quero-Quero, rede de material de construção do Sul do País

 

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