Recorde nas exportações do agronegócio
Exportações do agronegócio atingem US$ 76,4 bi e batem recorde em 2010 MÁRIO SÉRGIO LIMA | Jornal Folha de São Paulo DE BRASÍLIA O agronegócio deu importante colaboração para as vendas externas brasileiras no ano passado. O setor foi responsável por um volume recorde de exportações de US$ 76,4 bilhões em 2010. Na comparação com 2009, quando foi exportado um volume de US$ 64,7 bilhões, o avanço foi de 18%. O resultado do ano passado superou o melhor desempenho anterior, obtido em 2008, quando o agronegócio do Brasil exportou US$ 71,8 bilhões. Contudo, o setor também registrou, na comparação com 2009, um crescimento de 35,2% nas importações, que passaram de US$ 9,9 bilhões para US$ 13,4 bilhões no ano passado. Com isso, a balança comercial do agronegócio encerrou 2010 com um superavit de US$ 63 bilhões, superior em US$ 8,1 bilhões ao registrado no ano anterior. Em comparação, o resultado da balança comercial do agronegócio foi mais de três vezes superior ao saldo positivo obtido pela balança comercial brasileira geral, que foi de US$ 20,3 bilhões no ano passado. Apesar do bom resultado, a participação das exportações do agronegócio no total das vendas externas brasileiras recuou de 42,5% em 2009 para 37,9% no ano passado. De acordo com o Ministério da Agricultura, que divulgou nesta quarta-feira os dados, esse resultado se explica porque as vendas de outros produtos tiveram alta superior à apurada no setor. A soja manteve a liderança entre os produtos exportados pelo agronegócio brasileiro no ano passado, apesar da redução da participação de 26,6% em 2009 para 22% em 2010. Já o complexo sucroalcooleiro teve um desempenho muito forte (18% das exportações), superando as carnes, que ficaram com 17,8% das vendas externas do setor. O mercado asiático respondeu, no ano passado, por 30,1% de todas as exportações do agronegócio brasileiro, reafirmando o caráter de comprador de commodities brasileiras. No continente, destaque para a China, maior mercado individual para o agronegócio brasileiro e responsável por 14,4% do total exportado. Já a União Europeia, região na qual o Brasil encontra dificuldades em decorrência do protecionismo, segue como segundo principal destino das vendas externas do agronegócio, com 26,7% das compras.