Minas Gerais pretende diversificar sua gama de exportação
Mineiros tentam vender café e pão de queijo para China RAPHAEL VELEDA | Folha de São Paulo DE BELO HORIZONTE O tradicional pão de queijo mineiro é uma das apostas de empresários do Estado para ampliar o comércio com a China e diversificar a pauta de exportações de Minas. Responsável por quase um terço das exportações do Brasil para o país em 2010 (US$ 30,7 bilhões), Minas Gerais tenta diminuir a dependência do minério de ferro na balança comercial. No ano passado, o produto representou 88% do total de vendas. Para Jorge Duarte de Oliveira, diretor da Central Exportaminas, vinculada ao governo do Estado, o modelo gera “situações de risco a longo prazo”. “Exportamos muito, mas em quantidade de produtos, é menos do que há cinco anos.” Empresários do Estado serão parte da comitiva de empresários que acompanha a presidente Dilma Rousseff em viagem a China, neste fim de semana. Oliveira afirma que o país asiático começa a perder a autossuficiência na produção de alimentos e bebidas e, em breve, será um dos maiores importadores do mundo. GLOBALIZAÇÃO Para convencer os chineses a comer pão de queijo, os empresários mineiros confiam na globalização. “Durante muito tempo eles ficaram mais fechados a outras culturas, mas agora negociam e se relacionam com todos os países, viajam muito pelo mundo e vão abrindo mais possibilidades de consumo”, afirma Vicente Camiloti, diretor comercial da Forno de Minas. A empresa já exporta 100 toneladas do produto por mês para os EUA, Portugal e República Dominicana. Camiloti afirma que o pão de queijo tem condições de se tornar apreciado no mundo inteiro. “Hoje ainda é um produto étnico, mas é nutritivo, gostoso e simples de fazer, vai acabar rompendo essa barreira.” A Forno de Minas investe em ações de marketing para popularizar o salgado. A empresa diz que já fechou parcerias e tem a expectativa de começar a vender por lá 25 toneladas a cada mês. CAFÉ Outra missão de empresários mineiros irá para o país asiático em junho vender café com o apoio do Estado. Dois diretores da empresa Eximius, de comércio exterior, estão na Ásia vendendo o café de fazendeiros do sul de Minas. Acostumados a beber chá, os chineses importam apenas 550 mil sacas de café por ano, segundo Souza. “É pouquíssimo para uma população de mais de um bilhão de pessoas, mesmo que uma parte menor tenha acesso a produtos industrializados.” A empresa planeja começar a exportar, pelo menos, 30 mil sacas por ano para o país, já a partir da safra 2011.