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Pressionadas, indústrias passam a importar mais

Vulcabras deve ter fábrica na Índia para vender para o Brasil; Philips e Novelis fecham plantas

10 de janeiro de 2011 | 0h 00

Marcelo Rehder – O Estado de S.Paulo

O real valorizado e o elevado custo de produção no Brasil têm levado as empresas a tomarem decisões radicais para tentar garantir parcelas de mercado frente ao aumento da competição dos importados. Algumas passam a transferir parte da produção para outros países ou até fechar unidades no Brasil.

Sem condições de igualdade para disputar mercado no exterior, a Vulcabras Azaleia decidiu montar uma fábrica de calçados no Oriente, possivelmente na Índia, de onde pretende exportar produtos para países da América Latina, como México, Colômbia, Chile e Peru, incluindo até mesmo o Brasil.

Para isso, a empresa vai usar o dinheiro que arrecadar com uma oferta pública primária de ações, cujo montante não foi revelado. Os recursos também poderão ser usados em aquisições estratégicas, informa a empresa na minuta do prospecto preliminar encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A Vulcabras já possui unidade na Argentina, destinada a abastecer o mercado do país vizinho. No Brasil, tem fábricas no Ceará, na Bahia, no Rio Grande do Sul e em Sergipe.

No mês passado, a Philips fechou a fábrica de lâmpadas automotivas que mantinha há 43 anos no Recife e passou a abastecer o mercado de produtos importados de suas unidades na Ásia e Europa.

Em nota, a empresa alega que o alto custo de produção no País tira competitividade do produto. A decisão custou a demissão de cerca de 500 trabalhadores, entre funcionários diretos e terceirizados.

“Esses empregos foram para a China”, diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco, Alberto Alves.

Maior fabricante mundial de laminados de alumínio, a americana Novelis fechou sua fábrica em Aratu, região metropolitana de Salvador.

Com a medida, 500 pessoas perderam o emprego às vésperas do Natal. A fabrica tinha capacidade para produzir 60 mil toneladas de alumínio primário por ano.

O motivo alegado pela empresa foi o custo de produção muito acima dos concorrentes. Segundo a Novelis, os responsáveis são o câmbio valorizado e o alto custo da energia elétrica, que representa 35% do custo do produto acabado e que subiu 51% em seis meses. Primeira indústria de alumínio a se instalar no Nordeste, em 1972, vinha operando há dois anos com prejuízo.

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